Turismo na natureza em parques: quais as perspectivas de futuro para o Brasil

Acordo recém assinado por Ministérios do Turismo e do Meio Ambiente, ICMBio e Embratur poderá fortalecer o turismo de natureza no país.

08/02/2024

Amanhecer no Parque Nacional da Tijuca (RJ) | Foto: Thiago Lontra/Agencia O Globo

Biodiversidade exuberante, mais de 2 milhões de km² de unidades de conservação e uma variedade incrível de atividades a serem realizadas ao ar livre por todo o território nacional. Não é por acaso que o Brasil é apontado constantemente como um dos principais destinos de turismo na natureza em todo o mundo.

O reconhecimento mais recente veio da revista norte-americana Forbes, que apontou o Brasil como o melhor país do mundo para a prática de ecoturismo. A conclusão veio do cruzamento de dados comparativos de 50 países, incluindo o Brasil, que consideraram, por exemplo, o número de espécies da fauna e flora presentes e a extensão de terras protegidas em parques e outras áreas do território nacional.

Mas o potencial do turismo na natureza brasileiro não para por aí. De acordo com o Fórum Econômico Mundial, nosso país é o segundo em atrativos naturais – atrás apenas do México.

Cientes desse potencial e dos diferentes ganhos que podem trazer para o país, Ministério do Turismo, Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, ICMBio e Embratur assinaram, em dezembro de 2023, um Acordo de Cooperação Técnica (ACT). De acordo com o MTur, esta resolução “atua como instrumento de conservação da sociobiodiversidade, e deve funcionar para desenvolver, promover e apoiar a comercialização do turismo ecológico, sustentável, e responsável em Unidades de Conservação Federais”.

Todas essas informações fazem com que as perspectivas para o futuro sejam muito positivas quando o assunto é turismo na natureza. Por isso, o Conexão Semeia foi ouvir especialistas no assunto – e trazer o panorama mais real possível para os próximos meses. 

Em dezembro de 2023, Ministério do Turismo, Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, ICMBio e Embratur assinaram um Acordo de Cooperação Técnica (ACT) visando promover o turismo ecológico em Unidades de Conservação Federais. Foto: Pedro França/Mtur

O que todos estes dados dizem sobre o futuro do turismo na natureza

Em números gerais, o Painel de Unidades de Conservação Brasileiras conta com 2.659 unidades cadastradas (os dados completos podem ser vistos clicando aqui). São mais de 256 milhões de hectares, englobando mais de 20% da área total do Brasil.

“Falando da nota do Brasil na Forbes, fica claro que essa dimensão territorial de áreas preservadas, protegidas e áreas de conservação, como os Parques Nacionais, são um componente fundamental para esse olhar”, explica Leonardo Persi, Coordenador de Natureza e Segmentos Especiais da Embratur.

“Quanto mais conseguimos conservar estas áreas, mais chances de evoluirmos para este turismo na natureza. Entendemos que existem degraus de aprimoramento a alcançar, especialmente em termos de estruturação, mas estamos muito otimistas com o cenário”, complementa.

O papel dos parques e outras unidades de conservação no turismo na natureza

Para a equipe do Ministério do Turismo, o sentimento é similar: o aproveitamento das unidades de conservação e a visão de especialistas internacionais sobre o Brasil precisam ser potencializados.

“Essa megadiversidade natural e também cultural e histórica é reconhecida internacionalmente e a base principal do turismo brasileiro. Para além da potente contribuição com o desenvolvimento da economia, na geração de emprego e renda, o turismo também contribui para a sensibilização da sociedade no que diz respeito ao papel de áreas protegidas, para o bem-estar e qualidade de vida de todos”, define o corpo técnico do MTur.

Os Parques e Florestas municipais, estaduais e nacionais têm um papel fundamental neste processo – como comprovam as falas de especialistas. Dados indicam que o turismo nesses espaços pode ser ainda mais fortalecido: de acordo com levantamento do ICMBio, em 2022 foram registradas mais de 21,6 milhões de visitas em 137 Unidades de Conservação Federais, um crescimento de cerca de 30% em relação ao ano anterior.

Para que o país conquiste números ainda mais expressivos, Persi reforça a importância do aprimoramento constante. Pontos como estruturação de determinadas unidades e controle de entrada e saída requerem atenção especial para que o turismo na natureza brasileira atinja todo seu potencial.

“Existem pontos que ainda estamos um pouco vulneráveis, especialmente em relação a criar estruturas para receber turistas de nível nacional e internacional. É um momento positivo de mostrar todas estas qualidades que temos e refinar – para ofertar o Brasil de forma responsável, com respeito à biodiversidade e às comunidades”, explica o Coordenador da Embratur. 

Persi lembra, ainda, que existem muitos exemplos positivos, como Foz do Iguaçu – que, inclusive, tem um plano de desenvolvimento para os próximos anos. A atenção, segundo ele, precisa ser na qualificação técnica do atendimento, desde as informações prévias antes da viagem até a qualificação dos profissionais que recepcionam o turista no destino.

“Vemos com muito bons olhos os próximos passos. As Unidades de Conservação têm capacidade de aumento de trabalho e renda, tanto para as equipes quanto para as pessoas e negócios das comunidades do entorno. Estamos caminhando para esta estruturação”, garante.

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