Conheça o Parque Estadual da Serra do Conduru
Um lugar protegido onde é possível vislumbrar a Mata Atlântica em seu esplendor
10/12/2021
Extraordinário! Esta é a palavra que melhor define o Parque Estadual da Serra do Conduru (PESC), no Estado da Bahia. Situado em uma região que compreende parte do que sobrou da Mata Atlântica original, é reconhecido como um lugar de superlativos, com elevado grau de endemismo e uma das maiores biodiversidades do mundo.
Criado pelo Decreto Estadual nº 6.227 de 21 de fevereiro de 1997, o parque surgiu como compensação ambiental pela construção do trecho da rodovia BA-001, que liga os municípios de Ilhéus e Itacaré.
Essas terras, originalmente habitadas por indígenas das etnias Gueréns e Tupiniquins, estendem-se aos municípios de Ilhéus, Itacaré e Uruçuca, e fazem parte de um santuário de espécies raras e endêmicas.
À época da delimitação, foram encontradas 458 espécies arbóreas distintas em um único hectare. Essa descoberta ganhou repercussão internacional e colocou o local na posição de hotspot de biodiversidade.
A vitrine científica e o reconhecimento gerados pela descoberta convenceram o Governo da Bahia a demarcar e conservar a área, inicialmente cerca de 7 mil hectares, atendendo à solicitação de pesquisadores.
Anos mais tarde, a Serra do Conduru foi ampliada para 9.275 hectares, mediante processo de desapropriação e regularização fundiária estabelecido pelo Decreto Estadual nº 8.702 de 04 de novembro de 2003.
“Sua preservação significa resguardar importantes representações de espécies de um bioma reconhecido internacionalmente e extremamente ameaçado que é a Mata Atlântica”, destaca o gestor do PESC, Marcelo Barreto. “A presença do parque assegura a manutenção dos ecossistemas, garantindo a diversidade genética, bem como a preservação dos recursos naturais para as gerações futuras e para o desenvolvimento econômico e social”, complementa.
A combinação entre área destinada à conservação e acesso relativamente dificultoso torna a Serra do Conduru um território pouco conhecido, porém é perfeito para visitantes que buscam turismo de aventura e natureza.
Em torno de 100 pessoas visitam o parque todos os meses, segundo Marcelo Barreto. “Os meses de outubro a fevereiro têm maior visitação e julho é o mês com menor visitação”, afirma.
Na avaliação do gestor, o melhor período para conhecer a Serra do Conduru é fora da época de chuvas, que ocorre entre os meses de setembro a março, e dois dias são suficientes para conhecer os principais atrativos que o espaço tem a oferecer.
Há intenção de concessionar serviços acessórios à visitação pública, associados à melhoria da infraestrutura para que os usuários tenham uma melhor experiência. Os demais serviços não relacionados à visitação permanecerão sob a responsabilidade do Estado. O projeto ainda está na fase de estudos de viabilidade e passará por consultas públicas”, informa Marcelo Barreto.
NATUREZA EXCÊNTRICA E BELEZA FASCINANTE
Conduru é uma árvore nativa da Mata Atlântica com muita incidência naquela região e que sobreviveu a motosserra. A porção de terra mais alta daquele lugar é conhecida como Serra do Conduru. Daí o nome do parque.
Essa árvore faz parte das 1.127 espécies registradas pelos pesquisadores. Deste grupo, 150 ocorrem exclusivamente no sul da Bahia e norte do Espírito Santo. Além disso, 37 espécies encontradas no PESC estão incluídas em alguma categoria de ameaça.
Com nascentes em abundância, a rede hidrográfica é composta por afluentes do Rio Água Vermelha, Almada, Capitão, de Contas, Jeribucaçu e Tijuípe.
Em termos de fauna, conforme o Plano de Manejo, o parque apresenta potencial de 208 espécies de aves, 86 de répteis, 47 de mamíferos e 45 de anfíbios. Depois das aves, os animais mais comuns são cutia, luiz-cacheiro (ouriço-cacheiro), caititu (porco-do-mato) e tatu.
Entre os endêmicos e ameaçados estão a choquinha-de-rabo-cintado, corso (cervo), jacaré-de-papo-amarelo, jaguatirica, jararacuçu-tapete, lontra, macaco-guigó, macaco-prego-do-peito-amarelo, mutum-de-bico-vermelho, ouriço-preto, preguiça-de-coleira e sabiá-pimenta.
O QUE FAZER NO PARQUE ESTADUAL DA SERRA DO CONDURU
O parque possui três trilhas de pequeno curso, oferecendo aos visitantes a experiência de contato com as espécies da flora e fauna remanescentes de Mata Atlântica, endêmicas e ameaçadas de extinção.
“É uma oportunidade rara de conhecimento sobre a biodiversidade do bioma”, acrescenta o gestor Marcelo Barreto. “Uma das trilhas leva ao mirante da Torre, de onde se avista a costa e a vila de Serra Grande”.
O grau de dificuldade de percurso das trilhas é considerado de fácil para médio. São as atrações mais visitadas especialmente por pesquisadores e estudantes interessados na rara biodiversidade do parque.
A Trilha Interpretativa Circular, por exemplo, possui extensão de aproximadamente 1,4 km. Oferece poucos desníveis e cruza por trechos alagadiços e alguns cursos d’água.
A Trilha do Mirante Pequeno, que fica próxima à sede do PESC e junto da trilha interpretativa, segue em direção a um curso d’água e, posteriormente, por uma trilha estreita. De lá é possível avistar Ilhéus e parte da Lagoa Encantada.
Já a Trilha do Mirante da Mata da Torre está situada na rodovia BA-563 (Uruçuca-Serra Grande), com acesso fácil no início, passando por estradas abertas, e, depois, se torna íngreme e escorregadia, passando por área de mata. No platô, possui vista para a planície costeira e oceano Atlântico.
Outra atração é a Cachoeira da Mata, na altura do km 42 da rodovia BA-001 (Ilhéus-Itacaré), próximo à Fazenda Manã. Por ser estrada de terra é recomendável o uso de veículo 4×4. Além de formações rochosas, possui uma larga extensão de quedas d’água e pequenas corredeiras.
Os rios Tijuípe e Água Vermelha oferecem paisagens exuberantes e zonas para banho. Podem ser acessados pela BA-655 (via setor sul) ou BA-001 (via setor norte) cruzando córregos, propriedades rurais e com vistas panorâmicas de ambos os lados.
Algumas operadoras de turismo atuam na região e oferecem atividades como Arvorismo e Tirolesa, como nas proximidades da Praia da Ribeira, em Itacaré. E quem preferir, também pode fazer trekking e mountain bike em diversos pontos do parque e no entorno.
ESFERA ADMINISTRATIVA
Estadual
DATA DE CRIAÇÃO:
21 de fevereiro de 1997
ESTADO:
Bahia
MUNICÍPIOS:
Ilhéus, Itacaré e Uruçuca
BIOMA:
Mata Atlântica
ÁREA TOTAL:
9.275 hectares
INFORMAÇÕES SOBRE A VISITAÇÃO
ENTRADA
Gratuita (pernoite mediante agendamento)
FUNCIONAMENTO:
Todos os dias, das 7h às 17h.
MAIS INFORMAÇÕES:
MAIS INFORMAÇÕES
+55 (73) 3239-6043 (Sede do PESC)
+55 (71) 3118-4267 (Inema)
[email protected] (agendamentos)
[email protected] (agendamentos)