Dono de uma biodiversidade exuberante, nosso país conta com milhares de opções para quem procura mais contato com ambientes ao ar livre. Quando o assunto são parques naturais do Brasil, por exemplo, o número chega a quase seis centenas.

As dimensões continentais do país, combinadas com a variedade de relevos e de cenários disponíveis, fazem com que as possibilidades de visitação sejam quase infinitas. Por isso, preparamos uma curadoria para indicar 5 parques – um em cada região – para você incluir na sua lista de desejos de viagens.

São opções muito diferentes entre si, contemplando biomas distintos com atrativos únicos.

Planejando sua visita aos parques naturais do Brasil

Sempre é importante lembrar que definir o lugar da sua próxima viagem pode não ser uma tarefa tão simples. Se quiser algumas dicas de como escolher um parque que tenha a sua cara, este texto pode auxiliar na sua busca.

Agora, vamos às nossas dicas de parques naturais do Brasil para você visitar – um em cada região do país, e todos muito diferentes entre si.

Região Centro-Oeste – Parque Estadual de Terra Ronca (GO)

É ali, quase na divisa de Goiás com a Bahia, que fica um dos principais sítios de grutas e cavernas de toda a América Latina. O Parque Estadual de Terra Ronca conta com quase 300 cavernas catalogadas – em um verdadeiro mundo localizado abaixo da terra, inclusive com cachoeiras subterrâneas, moldado por cerca de 600 milhões de anos pela ação natural.

Criado em 1989 com o objetivo de conservar a flora, a fauna, os mananciais de água e, claro, a exuberante natureza subterrânea, a unidade de conservação conta com cerca de 57 mil hectares entre as cidades de São Domingos e Guarani de Goiás.

Encravado na imensidão do Cerrado goiano, ele é, sem dúvida, um dos parques naturais do Brasil que mais fascinam em termos espeleológicos. Mas não é só isso: além da visitação a algumas das cavernas mais impressionantes do Brasil, ele conta com trilhas, rios e cachoeiras – com aquela água cristalina que, convenhamos, só o Cerrado proporciona.

Entre os principais atrativos, as cavernas. Destaque para a Angélica (considerada uma das mais belas do Brasil), São Bernardo, São Mateus (a maior, com 26km de extensão) e São Vicente (com 12 cachoeiras subterrâneas).  Ele fica a cerca de 600km do aeroporto de Goiânia.

Região Nordeste – Parque Estadual do Cocó (CE)

Um dos maiores parques naturais do Brasil em área urbana, o Cocó é daquelas pérolas que, muitas vezes, quem viaja acaba deixando passar. Localizado no coração de Fortaleza, uma das principais cidades do país, ele abriga uma incrível variedade de fauna e flora – bem próximo às praias do Futuro e de Iracema, dois dos principais pontos de visitação na capital cearense.

A beleza impacta, especialmente pelo rio Cocó, que transpassa a extensão do parque. Com um extenso manguezal e mais de 2km de trilhas, pode ser considerado um verdadeiro oásis. Um dos destaques do atrativo, inclusive, é a navegação pelas águas, realizada sob orientação profissional aos sábados, domingos e feriados.

Caminhando pelas trilhas ecológicas do Parque Estadual do Cocó, é comum se deparar com flores e animais – como o sagui, conhecido popularmente como soim. Por conta dessa vastidão, a observação de aves é uma atividade popular nas dependências desta unidade de conservação cearense.

Região Norte – Parque Estadual de Monte Alegre (PA)

Partiu Amazônia! A pouco mais de 120km do Aeroporto Internacional de Santarém está uma verdadeira pérola da biodiversidade brasileira: o Parque Estadual de Monte Alegre, o Pema, como é carinhosamente chamado.

Os mais de 3,6 mil hectares de área conservada que formam a unidade reservam características bastante peculiares para o cenário amazônico: serras, cavernas e 15 sítios arqueológicos, considerados os mais antigos registros de vida humana na Amazônia, com cerca de 12 mil anos.

Não por acaso, o Pema foi selecionado, em 2022, como um dos 25 patrimônios imateriais mundiais, pelo programa World Monuments Watch, da organização World Monuments Fund. Os dois principais sítios arqueológicos do parque são o Serra da Lua, localizado bem em frente ao centro de visitação, e o Pedra do Mirante – ambos fazem parte do circuito conhecido como Complexo de Musealização.

Além de riqueza histórica e cultural, o Pema também conta com uma beleza natural deslumbrante, com trilhas e mirantes de tirar o fôlego. Um dos destaques é a gruta Itatupaoca. 

Região Sudeste – Parque Estadual do Ibitipoca (MG)

Com 50 anos recém completados, em 2023, este jovem senhor é repleto de atrativos naturais, com destaque para mirantes, cachoeiras e piscinas naturais deslumbrantes. Localizado na Serra do Ibitipoca (uma ramificação da Serra da Mantiqueira), ele faz parte daquele grupo de parques naturais do Brasil que conta com estrutura completa para visitantes.

Como faz parte da Mata Atlântica, ele conta com uma ampla área verde típica deste bioma – com campos de altitude e campos rupestres bem desenvolvidos. A riquíssima fauna, como já é tradicional nos parques brasileiros, é um capítulo à parte – inclusive com a incidência de animais como o lobo guará e a onça parda.

A principal vocação do Parque Estadual do Ibitipoca são as trilhas, repletas de paisagens belíssimas, cachoeiras e momentos únicos de contemplação da natureza. A visitação é focada em um trio de roteiros belíssimo: o Circuito das Águas, o Circuito do Pião e o Circuito Janela do Céu. Todos eles podem ser percorridos, individualmente, em um único dia para cada. O das Águas é o mais curto com 5,2km ida e volta. Para quem quiser, o Parque também conta com área de camping.

 Encravado entre as cidades de Lima Duarte e Santa Rita de Ibitipoca, na Zona da Mata mineira, o Parque fica a cerca de 270km do aeroporto de Belo Horizonte e a pouco mais de 90km de Juiz de Fora.

Região Sul – Parque Estadual do Guartelá (PR)

A região dos Campos Gerais paranaense reserva uma pedra preciosa: o Parque Estadual do Guartelá, a cerca de 200km da capital Curitiba. Para começo de conversa, o local é a morada do Cânion do Rio Iapó, simplesmente o sexto maior cânion do planeta em extensão.

Só isso já seria suficiente para planejar uma visita, mas o local tem muito mais. Na composição natural do Parque existe a predominância de campos remanescentes do Cerrado, mas também conta com florestas com araucárias e trechos de Mata Atlântica.

Assim como o Parque de Monte Alegre, o Guartelá também tem suas próprias pinturas rupestres, datadas de cerca de 7 mil anos. Existe uma trilha, de cerca de 6km ida e volta, que leva a este verdadeiro portal. No caminho, além de chegar à arte rupestre, você passa ainda por diversos mirantes naturais e os panelões do Sumidouro – que são como se fossem banheiras de hidromassagem formadas pela natureza nas rochas, onde é possível se refrescar.

Além desta trilha, outra opção é a chamada trilha básica, que conta com o belíssimo Mirante do Cânion e a imponente Cachoeira da Ponte Pedra.