Qualquer viagem começa antes da viagem em si. Quem nunca ouviu uma frase parecida com essa? Afinal, decidir que tipo de lugar visitar e realizar as pesquisas referentes a ele são parte do processo – muitas vezes prazeroso – de quem viaja. Dentro deste movimento está também uma figura fundamental: a do guia de turismo.

Ao visitar um dos mais de 600 parques existentes no Brasil, a importância deste profissional ganha uma dimensão ainda maior. Além de ser uma peça relevante no apoio logístico de uma viagem em meio a natureza, o guia de turismo é quase imprescindível quando o assunto é a segurança no ambiente natural.

Saiba mais sobre o tema segurança no turismo em parques naturais.

De acordo com o Cadastur (Cadastro de Prestadores de Serviços Turísticos), são mais de 37 mil profissionais registrados como guias de turismo – uma grande parcela deste número especializada em ambientes naturais, com atuação em parques e reservas biológicas por todo o Brasil.

Por isso, além de apresentar a importância da profissão, neste texto queremos também trazer dicas de como escolher o que mais combina com a sua próxima viagem.

Guia de turismo e condutor de visitantes: quais as diferenças?

Apesar de terem funções que podem ser parecidas, o guia de turismo e o condutor de visitantes exercem papéis diferentes. Ambas têm sua importância específica – e a mesma pessoa pode, inclusive, realizar os dois postos.

Guia de turismo é uma profissão regulamentada por lei federal desde 1993, atuando como um profissional que oferece apoio em todos os momentos da viagem, inclusive durante a visita a atrativos como parques naturais. Já a função de condutor de visitantes teve o reconhecimento em 2015, e atua mais diretamente na condução de trilhas e outras atividades em atrativos.

A capacitação destes profissionais e a relação deles com o local visitado pode fazer toda a diferença na experiência turística de qualquer pessoa.

“São inúmeros os benefícios de contar com um guia de turismo ou um condutor de visitantes. Tanto em relação à segurança quanto ao conhecimento histórico da trilha, da fauna, da flora, da história e de todos os detalhes logísticos”, explica Bárbara Doche, que é guia de turismo e condutora de visitantes no Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros/GO.

Durante uma viagem de natureza, a contratação de um destes profissionais vai além de trazer informação. Ele faz parte do que chamamos de ciclo virtuoso das Unidades de Conservação, que inclui a visitação, a conservação e a geração de renda para a comunidade local. Ou seja: além de informar e auxiliar viajantes, o guia de turismo e o condutor têm papel essencial na conservação ambiental e na valorização da cultura local.

Os 4 principais benefícios ao contratar um guia de turismo

Com o auxílio de Bárbara Doche, enumeramos alguns pontos de vantagens na contratação de um guia de turismo para a sua próxima viagem na natureza. Confira ponto a ponto na visão da profissional.

• Segurança em primeiro lugar

“O primeiro ponto é o conhecimento em primeiros socorros, que é uma capacitação obrigatória para quem atua como guia de turismo em ambientes naturais. Se alguém passar mal ou tiver algum incidente, existe uma pessoa que sabe como agir da melhor forma.

O guia tem a função de premeditar tudo o que é possível acontecer de imprevisto. Sabemos como proceder em caso de qualquer incidente: temos plano A, plano B e até plano C, em caso de necessidade.”

• Viagem muito mais rica

“Normalmente, o guia é uma pessoa apaixonada pelo local. Esse conhecimento enriquece a viagem em muitos aspectos. Os guias locais mudam uma viagem, porque apresentam a cultura local, a fauna e a flora de uma maneira única. Eu mesma quando viajo sempre procuro alguém para me acompanhar.”

Nota do Conexão Semeia: o casal Letícia Alves e Dennis Hyde, que criou o projeto Entre Parques e visitou todos os parques nacionais do Brasil, corroboram com essa informação. Neste texto, em que escolheram as melhores trilhas em parques, ambos explicaram que a presença de um “guia incrível” foi primordial para essa experiência superior.

• Uma experiência única

“Conhecer o local que as pessoas estão me visitando proporciona momentos únicos. Por exemplo: quando as pessoas viajam em um feriado, quando a maioria dos atrativos está cheio na Chapada dos Veadeiros, levo os visitantes para locais que sei que estão mais tranquilos. A ideia é aproveitar a natureza com mais tranquilidade, sem precisar competir por espaço.

Outra diferença é que o guia de turismo sabe indicar onde é o melhor lugar para mergulhar, qual é a melhor trilha, o que fazer quando está chovendo, entre outras coisas.”

• A melhor logística

“Uma das funções de um condutor ou de um guia de turismo é premeditar tudo o que é possível acontecer. Conversamos com os visitantes, entendemos o que eles querem e orientamos a melhor hora de início do passeio, qual é o tempo de caminhada, a previsão de horário de volta, além de orientações de alimentação e hidratação. Essa previsibilidade traz tranquilidade ao turista.”

Guia de turismo: dicas para escolher o melhor pra você

• Escolha alguém que tenha o seu perfil: se você gosta de aves, procure alguém que tenha experiência em observação; se pensa em algo com mais emoção, procure um profissional com especificações em turismo de aventura.
• Procure um profissional com os registros em ordem. Em geral, se você estiver visitando uma unidade de conservação é possível ter uma orientação no site oficial ou nas redes sociais de cada uma delas.
• Converse com o guia de turismo antes da viagem. É importante que as expectativas estejam equilibradas para uma experiência positiva.

Aproveite as belezas naturais do Brasil da melhor maneira possível. Como é possível perceber neste texto, a presença de um guia de turismo pode elevar sua viagem e a sua conexão com a natureza de uma maneira única.