Avanços e desafios do SNUC são debatidos em edição especial do SemeiaLive
Iniciativa foi realizada em parceria com a Coalizão Pró-UC. Veja!
05/06/2021
Foto: Parque Nacional da Serra Geral (RS) / Rodrigo Kaspary CC BY-SA 3.0.
O Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC) é um marco legal criado no ano 2000 que fundamenta as ações de governos e sociedade civil para o planejamento e a gestão das UCs brasileiras. Ao longo das duas décadas de existência, o SNUC registrou diversas conquistas e desafios para a promoção da biodiversidade e a valorização das áreas protegidas do país.
Tendo em vista a relevância histórica desse instrumento para as políticas ambientais brasileiras, o SemeiaLive realizou uma edição especial sobre o SNUC em parceria com a Coalizão Pró-UC. O debate foi mediado pela consultora de projetos em Conservação da Biodiversidade, Érika Guimarães, e contou com a participação do ambientalista Fabio Feldmann, do professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Carlos Eduardo Young, além da gerente de ciências do WWF-Brasil, Mariana Ferreira.
Um dos pontos abordados pela discussão foram os desafios que as unidades de conservação têm enfrentado pela frente. Nesse sentido, Fabio Feldman chamou a atenção para a falta de visão que o país tem sobre o potencial de desenvolvimento das UCs, tanto do ponto de vista da conservação quanto da geração de oportunidades.
“Não se entendeu ainda que as UCs, num país com as dificuldades que o Brasil tem, possa ser na verdade algo muito importante para criar um outro tipo de desenvolvimento. Um desenvolvimento que conserve, inclusive, o meio ambiente, a natureza e ao mesmo tempo promova postos de trabalho, renda para a população”, diz o ambientalista.
Sobre esse assunto, o professor Carlos Eduardo Young trouxe os resultados de um trabalho realizado em parceria com a Coalizão Pró-UC e que gerou a publicação “Quanto Vale o Verde”. Na prática, o estudo demonstra que investir em conservação pode gerar uma elevada relação benefício-custo e que investir na melhoria e ampliação das UCs é uma forma efetiva de obter retornos econômicos e sociais, até mesmo superiores aos valores alocados.
“As UCs são um espaço de aumento de atividade econômica, mas também de aumento da qualidade econômica. Esses espaços são geradores de serviços ecossistêmicos significativos, tem uma geração importante de emprego, de impostos, e isso costuma passar batido”, defende o professor.
Complementar a essa questão, a gerente de ciências do WWF-Brasil acredita que a pandemia decorrente da Covid-19 traz mais uma camada de complexidade para o futuro das UCs brasileiras. Apesar dos impactos dessa crise, Mariana traz exemplos de alguns países que já têm considerado as áreas protegidas em suas estratégias de recuperação e desenvolvimento socioeconômico, o que também pode inspirar o contexto nacional a projetar as UCs brasileiras em um outro patamar, alinhado às boas práticas internacionais.
“A gente vai precisar de um olhar coletivo da sociedade, governos de todas as esferas e do setor privado”, conclui Mariana.
Confira o debate na íntegra!