Sucesso na novela da TV Globo, Pantanal também é protagonista fora das telas

Longe da ficção, região é destino de turistas de todo o país interessados em trilhas, safáris fotográficos, passeios a barco e a cavalo

10/05/2022

Foto: Alicia Yo/CC BY-SA 3.0

Com imagens de tirar o fôlego, a novela “Pantanal” estreou recentemente na TV Globo trazendo evidências de que, assim como na primeira versão da trama (TV Manchete, 1990), o bioma que dá nome à obra será um dos protagonistas da história. Palco dos dramas familiares de José Leôncio, ele também interfere nos caminhos e escolhas dos personagens, enquanto sua biodiversidade é personificada em ícones como Juma Marruá e Velho do Rio. 

Fora da ficção, o Pantanal se destaca pelo importante papel que desempenha no equilíbrio ambiental do planeta. Elo entre as bacias hidrográficas da Amazônia e do Prata, as duas maiores da América do Sul, ele também é ponto de encontro dos biomas brasileiros Amazônia, Cerrado e Mata Atlântica. Tudo isso faz com que seja um local de resistência de muitas espécies ameaçadas de extinção em outras regiões do país, como o tuiuiú. Não por acaso, é considerado Patrimônio Natural da Humanidade e Reserva da Biosfera pela Unesco.

Foto: Nathalia Segato/Unsplash

Infelizmente, foi atingido em 2020 pelos maiores incêndios já registrados desde o início do monitoramento realizado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). Na época, cerca de 26% do bioma foi destruído e pelo menos 10 milhões de animais morreram em decorrência do fogo. Hoje, 2022, a região ainda tenta se recuperar em meio ao aumento dos períodos de seca.

A planície que inunda

Com área de 150.355 quilômetros quadrados, o Pantanal ocupa 1,76% do território brasileiro. Desse total, apenas 4,6% estão protegidos por unidades de conservação, informa o Ministério do Meio Ambiente (MMA). 

Sua formação geológica, que data de 500 milhões de anos atrás, é uma consequência da movimentação tectônica que deu origem à Cordilheira dos Andes e ao Planalto brasileiro. Em meio a essas formações, o Pantanal acabou “descendo” e, assim, teve origem a bacia hidrográfica do rio Paraguai, como narramos no podcast “Te Conto de um Parque”

Altamente dependente da água, o Pantanal reveza períodos de seca (abril a setembro) e de cheia (novembro a março). Durante a estação úmida, o aumento das chuvas causa o transbordamento do rio Paraguai e seus afluentes e os campos são tomados por água, mudando toda a dinâmica da fauna e flora da região. As milhares de espécies catalogadas se adaptam ao fenômeno e, no caso dos mamíferos, por exemplo, ocorre a migração para locais mais altos, a salvo das inundações.

Foto: David Waite/Unsplash

Conservação

Com uma área de 135 mil hectares, o Parque Nacional do Pantanal Matogrossense está localizado no município de Poconé, na divisa entre Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Ele foi criado em 1981 atendendo a reivindicações da sociedade pela existência de uma unidade de conservação que protegesse amostras significativas do bioma pantaneiro. 

As visitações ao parque são permitidas apenas para pessoas com licença especial, mas conhecer o entorno não demanda nenhuma burocracia, apenas planejamento.

Dicas para o ecoturismo

As principais atividades turísticas no entorno do parque são a observação de animais, trilhas, safáris fotográficos, passeios a barco e a cavalo e passeios junto a peões. Quem vai de transporte particular não pode deixar de explorar a área pela rodovia Transpantaneira, famosa estrada de 145 quilômetros que cruza o Pantanal.

Entre as principais cidades que oferecem infraestrutura para os turistas, estão:

• Aquidauana
• Barão de Melgaço
• Cáceres
• Corumbá 
• Miranda
• Poconé

Em cada época do ano os passeios mudam em função do ciclo de cheia e seca. Por isso, ao planejar sua viagem, informe-se sobre o momento de ocorrência das secas, cheias e vazantes, que podem variar ano a ano, conforme a região a ser visitada. 

De maneira geral, o período de chuvas é ideal para passeios de barco e contemplação da flora agraciada pelas chuvas. Além disso, é uma ótima época para observar mamíferos em busca de áreas elevadas e a chegada das aves que fogem da seca em outras regiões. 

Já o período da vazante (transição da cheia para a seca), quando as noites são mais frias e os dias mais secos, é uma época em que é possível observar répteis e pequenos jacarés. 

Com a diminuição das chuvas, é um bom momento para observar o nascimento de filhotes e a preparação da saída das aves dos seus ninhos. O clima é quente e o pôr do sol é belíssimo.

Foto: Roi Dimor/Unsplash

Como chegar ao Pantanal

É possível desembarcar nos aeroportos ou nas rodoviárias de Cuiabá (MT) ou Campo Grande (MS) e então buscar transporte coletivo ou particular até uma das cidades mencionadas acima.

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