Conheça o Parque Estadual Vila Velha

Uma região que já foi fundo de mar e que reúne formações rochosas que despertam a atenção e criatividade dos visitantes

14/10/2021

Conhecido por suas formações geológicas milenares e curiosas, o Parque Estadual Vila Velha, em Ponta Grossa, no Paraná, reúne natureza, aventura e história em um só lugar. Desde sua reabertura no dia 4 de setembro de 2020, cerca de 61 mil pessoas passaram por lá, cuja média mensal é de 5,4 mil visitantes.

De acordo com o gerente da concessionária que opera os serviços turísticos do Parque Vila Velha, Leandro Ribas, entre os atrativos naturais mais visitados estão os arenitos, que são formações rochosas de aproximadamente 300 milhões de anos originárias de um período em que a região fazia parte de um supercontinente chamado Gondwana e era coberta por um mar interior que se ligava ao oceano por canais estreitos.

Com a separação dos continentes, devido à colisão das placas tectônicas, houve o levantamento do terreno, o que fez a formação dos arenitos soerguer. Depois, com as glaciações, o mar virou gelo. E após alguns milhões de anos, esse gelo derreteu, arrastando e reunindo rochas e depósitos de areia do extinto oceano, esculpindo os arenitos vistos hoje no parque.

“A Trilha dos Arenitos leva os visitantes até a Taça, principal e mais famosa formação rochosa do parque, que se tornou símbolo da cidade de Ponta Grossa”, destaca Leandro Ribas. “Essa trilha possui 1.100 metros e é a mais visitada, sendo 100% acessível. Já quem deseja uma imersão maior com a natureza pode fazer a Trilha do Bosque, que também leva os visitantes até a Taça, possui 1.600 metros e cenários de tirar o fôlego.”

Outra atração natural que faz do parque um lugar único é a concentração de grandes buracos conhecidos como furnas, também chamadas de dolinas e cavernas verticais. As furnas são compostas por rochas sedimentares de origem marinha costeira com cerca de 400 milhões de anos.

No parque existem 12 furnas com características variadas: secas, rasas, profundas, estreitas e extensas, onde duas delas se destacam por possuírem cerca de 100 metros de profundidade. Com paredões ricos em vegetação, servem de abrigo para aves, como o andorinhão-de-coleira-falha, que presenteiam os visitantes com revoadas ao amanhecer e pôr do sol.

É também em um das principais furnas que os visitantes apaixonados por adrenalina podem percorrer uma tirolesa de 200 metros de extensão com velocidade de 50 km/h. Em breve, o antigo elevador será modernizado e reinaugurado, possibilitando a visitação até o fundo da caverna vertical.

Os arenitos carregam consigo muita história e, hoje, encantam os visitantes que passeiam pelo parque. Pensar que isso tudo já foi fundo de mar parece inacreditável”, conta Leandro Ribas.

A LAGOA QUE REFLETE UMA HISTÓRIA DE AMOR

Apesar dos arenitos e das furnas serem os destinos mais procurados, a Lagoa Dourada é o local que reserva uma das paisagens mais deslumbrantes e a lenda mais famosa que dá origem ao nome do parque.

Segundo pesquisadores da história local, um tesouro escondido e um romance proibido fazem parte da Lenda de Itacueretaba, nome tupi-guarani do Parque Vila Velha, que significa “Cidade Perdida de Pedra”.

Conta a lenda que deus Tupã escondeu um tesouro na região e, para protegê-lo, formou uma tribo só de homens chamada Apiabas, que eram proibidos de ter contato com as mulheres sob o risco de revelar a localização do segredo, e entre eles estava o índio Dhuí.

De olho na relíquia, outra tribo convocou a encantadora índia Aracê Poranga, que significa “Aurora da Manhã”, para seduzir Dhuí oferecendo uma taça (lembrou de algo?) com licor de ouricuri ou butiá, como a fruta também é conhecida, e, após embriagá-lo, descobrir onde estava o tesouro.

Dhuí ficou fascinado com a beleza da índia e bebeu, mas Aracê Poranga também se apaixonou pelo guerreiro e se embebedou. Enfurecido com a desobediência de Dhuí, Tupã provocou um terremoto que deixou rachaduras na terra, petrificou o lugar e derreteu o tesouro, que escorreu para onde está a Lagoa Dourada, que leva esse nome por causa do reflexo do pôr do sol, fazendo as águas parecerem ouro derretido.

Com 200 metros de diâmetro, 36 metros de profundidade e 5,4 metros de lâmina d’água, a Lagoa Dourada também é um aquário natural de águas cristalinas, habitat para milhares de peixes de diferentes espécies e um refúgio de aves.

Para os casais e amantes da natureza, visitar essa lagoa – considerada uma furna assoreada – para contemplar os espelhos d’água que refletem o verde da vegetação e o azul celeste é uma parada mais que obrigatória.

UM VERDADEIRO SANTUÁRIO DA FAUNA E FLORA BRASILEIRA

O Parque Vila Velha conserva parte do bioma da Mata Atlântica e é composto por inúmeras espécies de animais e vegetais em seu ecossistema. Para garantir sua segurança, a região é monitorada por câmeras e todos os visitantes recebem orientações. Quem é flagrado descumprindo as normas recebe uma advertência verbal e, no caso de reincidência, a Polícia Ambiental pode ser acionada.

Ao todo já foram registradas cerca de 230 espécies de aves, como carcará, graúna, pica-pau-do-campo e jacuaçu, assim como espécies raras e com risco de extinção, como a águia-cinzenta, a patativa-tropeira e o macuco.

Entre os mamíferos, há cerca de 40 espécies. As mais comuns são esquilos, quatis e catetos, e as mais raras e ameaçadas são onça-parda, lobo guará e cachorro-vinagre.

Os répteis são 60 espécies, sendo 45 de cobras, 13 de lagartos e 2 de quelônios. As espécies mais vistas são téius, cascavéis e urutus, e como exemplar ameaçado existe a jiboia-arco-íris.

Já os anfíbios são por volta de 30 espécies, a maioria deles sapos de variados tamanhos.

Acreditamos na educação ambiental e na conscientização. Por ser uma área protegida com o objetivo de conservação, não é permitido o contato com os animais. A recomendação aos visitantes é de, quando encontrarem algum animal, deixá-lo ir embora sozinho”, informa Leandro Ribas.

Em relação à vegetação, existem dois perfis de espécies encontradas. Na floresta densa, os destaques são a erva-mate (ou congonha), pinheiro-do-Paraná (ou araucária), canela-sassafrás, imbuia e xaxim-bugio (ou samambaiaçu), sendo essas quatro últimas protegidas por lei.

No campo nativo, espécies como perpétua, gravatá (ou caraguatá) e cacto-bola são as mais notáveis pela beleza de suas flores, sendo a última uma espécie endêmica da região dos Campos Gerais, que é a grande região onde se encontra o parque.

Apesar de existirem espécies frutíferas como pitanga, araçá e guabiroba não é permitido o seu consumo, pois fazem parte da alimentação da fauna habitante do lugar.

Toda essa riqueza natural preservada é analisada por institutos e centros de pesquisa. Atualmente são desenvolvidos estudos relacionados ao manejo controlado do fogo, que produz condições ambientais específicas para a germinação de plantas ao mesmo tempo que garante a sobrevivência das espécies nativas e controla as espécies exóticas e invasoras, além de pesquisas sobre palmeiras endêmicas de campos de altitude no sul do Brasil e as ações emergenciais para sua conservação.

O QUE FAZER NO PARQUE VILA VELHA

Com investimentos em melhoria da experiência e conforto do visitante, cumprimento às normas de prevenção ao contágio da Covid-19, melhoria do transporte interno entre os núcleos de visitação e monitoramento, além de distribuição de sinal de Wi-Fi nos principais pontos, o Parque Estadual Vila Velha está pronto para receber visitantes o ano todo.

O parque funciona todos os dias da semana, exceto às terças-feiras, quando permanece fechado para manutenção. Os dias de maior movimentação são às sextas, sábados, domingos e feriados, principalmente nos meses de dezembro e janeiro. Para uma visita mais sossegada, os dias de segunda, quarta e quinta são os mais indicados. Além dos atrativos naturais, o parque reserva atrações como a Tirolesa, um verdadeiro sobrevoo de 200 metros de extensão acima da maior furna da região, e o Arvorismo, um circuito composto por 10 atividades, entre escada, corda e outros obstáculos, com duração média de 30 minutos em meio à copa das árvores e muito contato com a natureza a oito metros de altura e 120 metros de extensão. É possível adquirir um combo com as duas atrações por um preço especial.

Outra atração muito procurada é o Balão Estacionário, um voo de aproximadamente 10 minutos a uma altura de 15 metros, o equivalente a um prédio de cinco andares. Lá do alto é possível admirar a paisagem única composta pelos arenitos, furnas e vegetação. Por se tratar de um esporte aeronáutico, o parque atende as normas de segurança exigidas pela Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) e realiza a atração aos sábados, domingos e feriados somente em condições climáticas favoráveis.

Para os amantes da magrela, o Cicloturismo é a atração perfeita para desbravar as paisagens naturais do parque. São 22 quilômetros de percurso partindo do Centro de Visitantes rumo à Lagoa Dourada, seguindo para as furnas e depois para os arenitos. O uso de capacete é obrigatório e os visitantes devem trazer a própria bicicleta, além de cadeado.

Uma das atrações mais intensas e desafiadoras, a Trilha da Fortaleza, está temporariamente fechada. Por enquanto, a jornada de 16 quilômetros partindo do final da Trilha dos Arenitos rumo à ponta da Fortaleza, uma extensão rochosa de cerca de sete quilômetros, com direito à passagem por uma cachoeira, não tem previsão de retorno, mas é um motivo a mais para aqueles que já visitaram o parque voltarem futuramente para se encantar ainda mais em uma caminhada em grupo que pode durar oito horas.

E por último, a atração mais exclusiva do parque: Caminhada Noturna, uma experiência única onde o brilho das estrelas e da lua servem de guia e dispensam a necessidade de uma lanterna. Em noites de lua nova é possível ter uma vista privilegiada e com riqueza de detalhes da constelação e crateras lunares, enquanto em noites de lua cheia os arenitos são banhados por uma luz azulada e tranquila, proporcionando uma caminhada mágica e inesquecível.

ESFERA ADMINISTRATIVA

Estadual

DATA DE CRIAÇÃO:

12 de outubro de 1953

ESTADO:

Paraná

MUNICÍPIOS:

Ponta Grossa e Curitiba

BIOMA:

Mata Atlântica

ÁREA TOTAL:

3.803,28 hectares

INFORMAÇÕES SOBRE A VISITAÇÃO

ENTRADA

R$ 34,00 Moradores (para habitantes de Ponta Grossa), R$ 46,00 Meia (brasileiros) e R$ 92,00 Inteira (estrangeiros)

FUNCIONAMENTO:

Todos os dias (fechado às terças-feiras, exceto feriados), das 9h às 17h. Bilheteria local até as 15h. Obs: Em decorrência da pandemia, o Parque Vila Velha está operando com 50% da capacidade de visitantes. Recomenda-se chegar até as 13h para conhecer todas as principais atrações do parque no mesmo dia.

MAIS INFORMAÇÕES:

+55 (42) 3122-4488

[email protected]

parquevilavelha.com.br

tickets.parquevilavelha.com.br

Obs: O ingresso de entrada dá direito a passar o dia no parque, com acesso aos arenitos, furnas e Lagoa Dourada, incluindo traslado interno entre esses lugares, mas não inclui outras atrações, como Arvorismo, Tirolesa e Cicloturismo, que precisam ser adquiridas separadamente.

O Parque Estadual Vila Velha possui atrações naturais, aventura, lazer e opções gastronômicas para um dia inteiro de visitação, contemplação e diversão. São necessárias quatro horas para conseguir conhecer os três principais atrativos naturais: Arenitos, Furnas e Lagoa Dourada.

Assine nossa newsletter e fique por dentro das novidades!

Rua Amauri, 255, 9º andar
Jardim Europa, São Paulo – SP
CEP: 01448-000
+55 11 5180.0260
© Instituto Semeia – Todos os direitos reservados – Site por NaçãoDesign, com referências ao projeto de Tati Valiengo e Tiago Solha Design Gráfico