Conheça o Parque Nacional da Tijuca
Com histórico de conservação que vem desde o Brasil Império, é o parque que mais recebe pessoas, de acordo com o Visitômetro dos Parques do Brasil
07/08/2025
Foto: Vitor Marigo

Dentro do Parque Nacional da Tijuca está uma das 7 maravilhas do mundo moderno, o Cristo Redentor. O que nem todo mundo sabe, porém, é que muito antes da obra ser construída o alto do Corcovado já era um atrativo turístico, frequentado pela elite carioca e visitantes de outras cidades.
Mais do que isso: áreas relevantes do que hoje é o Parque Nacional da Tijuca, mais especificamente as florestas da Tijuca e das Paineiras, foram consideradas Florestas Protetoras por D. Pedro II, lá em 1861. O que significa que esta pode ser considerada uma das primeiras grandes áreas protegidas e reflorestadas em todo o mundo – já que o primeiro parque nacional do mundo, o Yellowstone, nos Estados Unidos, foi oficialmente estabelecido em 1872.
A história do Parque da Tijuca é riquíssima. Contar com um dos atrativos mais icônicos do planeta, por si só, já tornaria a área em objeto de desejo para pessoas de todo o mundo. Mas a unidade de conservação encravada no coração do Rio de Janeiro reserva ainda muito mais.
“A beleza do Rio de Janeiro, conhecida no mundo inteiro, vem muito dessa conexão entre a montanha e o mar. Como a maioria esmagadora da área verde da cidade é o Parque Nacional da Tijuca, como a Serra da Carioca, o maciço da Tijuca e a Pedra da Gávea, o parque é fundamental para que o Rio tenha o título de Patrimônio Mundial”, explica Viviane Lasmar, gestora do Parque.
A contribuição socioambiental pode ser medida, em partes, pela visitação. De acordo com o Visitômetro dos Parques do Brasil, lançado em 2025 pelo Instituto Semeia, o Parque Nacional da Tijuca é o mais visitado do Brasil, com quase 4,5 milhões de visitas em 2023. Segundo Viviane, cerca de 2,5 milhões de visitantes foram ao Cristo, no alto Corcovado, enquanto que 2 milhões de visitas são referentes a outras atividades.
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“O Parque é parte da qualidade de vida do cidadão carioca, que vem contemplar a natureza, correr, andar de bicicleta, fazer piquenique. Mas a importância do Tijuca vai muito além, por conta especialmente das questões ambientais como contenção de encostas, manutenção do clima e produção de água, por exemplo”, complementa a gestora.

Parque Nacional da Tijuca: o que está além das visitações
Com quase 4 mil hectares, o Parque da Tijuca não está na lista dos mais extensos do país. Pelo contrário: faz parte dos que possuem menor extensão. Localizado em uma das maiores metrópoles da América Latina e com uma diversidade de atrativos para diferentes tipos de pessoas, ele bate recordes de visitação. O que está por trás desse sucesso quando falamos em uso público?
Um dos fatores é a facilidade de acesso. O Parque Nacional da Tijuca está dividido em quatro setores, três deles abertos ao público (veja mais abaixo), e possui entradas pelas zonas Norte, Sul e Oeste do Rio de Janeiro – com exceção da visita ao Corcovado, todas as outras atividades são realizadas de forma gratuita.
A importância histórica da unidade de conservação está totalmente conectada com o projeto de reflorestamento, que foi iniciado há quase 200 anos. Na época do Brasil Império, foram replantadas nada menos do que 100 mil mudas nativas, no período de 13 anos. Este foi o primeiro passo para que a área da região se regenerasse de maneira independente.
Nem só de passado, porém, vive a história natural do Parque Nacional da Tijuca: ainda hoje diversos programas, como o Refauna, continuam ativos dentro dele.

“Esse caráter de conservação vem desde o tempo do Império. Por estar no coração da cidade, temos a possibilidade de desenvolver muitas parcerias pela ampliação da biodiversidade”, conta Viviane.
“Acredito muito no envolvimento da sociedade dentro do parque, esse é um dos principais focos do nosso trabalho. As unidades de conservação só vão ser efetivamente cuidadas e manejadas se fizerem sentido para a sociedade, que elas funcionem como promotoras de desenvolvimento, de bem estar e de qualidade de vida”, complementa.
Dois dados mostram que, neste sentido, o Parque Nacional da Tijuca tem cumprido seus objetivos: as mais de 4,5 milhões de visitas anuais e o sucesso do programa de voluntariado, que existe desde 2003 e contribui ativamente com ações de conservação.
Visitação: qualidade de vida no Parque Nacional da Tijuca
A qualidade de vida promovida por uma unidade de conservação como o Parque da Tijuca pode ser exemplificada em um dado: estudos mostram que a média de temperatura do Rio de Janeiro, que já é considerada alta, poderia ser entre 4°C a 6°C mais elevada se as florestas protegidas pelo Parque não estivessem intactas.
Em um ambiente de fauna e flora abundantes (são mais de 1600 espécies vegetais e mais de 60 mamíferos, por exemplo), o Parque Nacional mais visitado do Brasil ainda reserva oportunidades de atividades para praticamente todos os gostos – desde quem quer relaxar e contemplar até quem busca por um pouco mais de aventura.
De banho de cachoeira, passando por trilhas a pé e de bicicleta, até chegar à escalada, rapel e voo livre, o Parque Nacional da Tijuca tem praticamente de tudo. Clique aqui para conhecer todas as atividades que podem ser realizadas lá dentro.

Para visitantes, são três diferentes setores para turismo – o setor Pretos Forros/Covanca é exclusivo para pesquisas.
- Setor Floresta da Tijuca: onde estão a Floresta da Tijuca, o pico da Tijuca, o pico do Bico do Papagaio, a cascatinha Taunay com um mirante a 600 metros de altura, a Capela Mayrink, entre outros atrativos.
- Setor Serra da Carioca: nele se encontram o Morro do Sumaré, o Morro do Corcovado com o Cristo Redentor, o Parque Lage e seu palacete histórico, os mirantes da Vista Chinesa, do Dona Marta e da Mesa do Imperador, por exemplo.
- Setor Pedra da Gávea e Bonita: onde estão as atividades de voo livre e trilha da Pedra Bonita, a Pedra da Gávea, que é o maior monolito à beira-mar do mundo.
“Existe uma diversificação muito grande de áreas de lazer e de turismo, especialmente no setor Floresta. Estamos trabalhando para desenvolver trilhas ainda mais acessíveis, para incorporar ainda mais pessoas que querem estar na natureza”, comenta Viviane.
ESFERA ADMINISTRATIVA
Nacional
DATA DE CRIAÇÃO:
6 de julho de 1961, como Parque Nacional do Rio Janeiro, se transformando em Parque Nacional da Tijuca em 8 de fevereiro de 1967
ESTADO:
Rio de Janeiro
MUNICÍPIOS:
Rio de Janeiro
BIOMA:
Mata Atlântica
ÁREA TOTAL:
3.958 hectares
INFORMAÇÕES SOBRE A VISITAÇÃO
MAIS INFORMAÇÕES:
O Parque Nacional da Tijuca abre diariamente das 8h às 17h, inclusive finais de semana e feriados.
Para mais informações e planejar sua visita, acesse o site do Parque Nacional da Tijuca.