“Um espetáculo natural!” – essa é a definição mais utilizada por visitantes para descrever o Parque Estadual Cachoeira da Fumaça. Criado como reserva florestal em 1984, sendo alçado à categoria de parque estadual em 1990, o local abriga um importante trecho do rio Braço Norte Direito, afluente do rio Itapemirim que abastece várias cidades da região capixaba e forma a exuberante Cachoeira da Fumaça.

Conforme explica Leoni Contaifer, gestor do parque, o nome que batiza essa unidade de conservação não é por acaso! A denominação vem justamente da paisagem que se forma quando o grande volume e a força da queda d’água batem nos rochedos, criando uma espécie de nuvem de gotículas, semelhantes a uma fumaça. Atualmente, a cachoeira é considerada a maior do Espírito Santo com água perene e 144 metros de altura.

Quem vive a experiência de conhecer o Parque Estadual Cachoeira da Fumaça certamente coleciona momentos inesquecíveis de contemplação em meio à natureza. O relevo montanhoso que oferece vistas únicas, o clima úmido e quente, a vegetação rupestre, as cascatas e as corredeiras que se formam ao longo do rio são alguns dos inúmeros elementos naturais que encantam turistas de diversas regiões do país.

Tamanha beleza cênica também se deve aos esforços de restauração vegetativa do local que, antes de se tornar uma área protegida, era majoritariamente coberto de pastagem. De acordo com o Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recurso Hídricos (IEMA), nos últimos anos o espaço tem sido restaurado por meio do plantio de espécies originárias da Mata Atlântica. Hoje em dia, a região abriga uma variedade de fauna e flora nativas desse bioma.

São 222 espécies de angiospermas, com destaque para as bromélias, helicônias, jacarandás, figueiras e outras. Já a fauna é representada por 30 espécies de mamíferos, como teiú, lontra, gato do mato pequeno, jaguatirica, paca, tatu, entre outros, além de uma diversidade de aves e répteis”, explica Leoni.

Manter e proteger essa biodiversidade é uma responsabilidade compartilhada entre equipes gestoras, visitantes e a própria comunidade do entorno, que tem participação ativa no conselho gestor da unidade. Leoni explica que a aproximação dos moradores com o parque ainda fomenta emprego e renda para algumas famílias da região por meio da venda de comidas típicas e artesanatos da cultura local no entorno da unidade, além da oferta de serviços de condução ambiental feitos por moradores devidamente capacitados e credenciados para atuar no parque.

O que fazer no Parque Estadual Cachoeira da Fumaça

A principal atração do parque fica por conta da Cachoeira da Fumaça, mas antes mesmo de entrar no local é possível ter um spoiler dessa maravilha natural pelo Mirante da Cachoeira, que fica na entrada de acesso à unidade. O local costuma ser o primeiro ponto de parada dos turistas para ter uma visão panorâmica da cachoeira e fazer aquele registro fotográfico.

Já dentro do parque, a poucos metros da sede administrativa, os visitantes são surpreendidos pela famosa cachoeira, que fica aberta para banhos. Ainda é possível realizar piqueniques e descansar bem próximo ao local, uma vez que o parque dispõe de bancos e espaços dedicados a essas atividades próximo da queda d’água. Vale a pena levar o seu lanche para o local, pois não há lanchonetes dentro do parque.

Uma experiência que todos devem vivenciar ao visitar o Parque Estadual Cachoeira da Fumaça é se acomodar em uma das diversas pedras situadas ao longo da margem do rio ou mesmo sobre os diversos bancos. Nesse local fresco e envolvido pelo som da cachoeira ao fundo, o visitante tem um ambiente perfeito para a meditação e para o relaxamento”, aconselha Leoni.

E para quem curte fazer trilhas, o parque oferece opções variadas, desde percursos mais curtos, como a Trilha das Abelhas Nativas, de 31 metros, indicada para fins educativos e interpretativos de observação das abelhas nativas do parque; ou percursos maiores, como o Circuito de trilhas da cachoeira, com um total de 580 metros e o Circuito de trilhas do Córrego Graminha, com um trajeto de 870 metros, que dá acesso às margens do córrego com o mesmo nome, afluente do Rio Braço Norte. Em todas, orienta-se a contratação de guias locais para a realização dos trajetos.

O Parque Estadual Cachoeira da Fumaça conta com uma estrutura de acessibilidade em áreas comuns, como banheiros acessíveis, e, recentemente, a unidade lançou o projeto Trilha Cidadã, que prevê a instalação de placas informativas e interpretativas em braile, novas estruturas de corrimão, escadas de acesso e adequação de trechos de trilhas para visitação de pessoas cadeirantes.

Vale lembrar que o acesso ao parque também é facilitado pela boa infraestrutura das estradas e rodovias dos arredores. Por isso, é possível chegar ao local por meio da prática de ciclismo, aliando esporte e lazer, como por vias mais comuns, como carro e motocicleta. Da capital do Espírito Santo, são aproximadamente 228 quilômetros para chegar à unidade.

Os meses de janeiro e fevereiro, auge do verão brasileiro, são os períodos mais visitados e também indicados pelo gestor da unidade como a melhor época para visitar o parque. Isso porque, de acordo com Leoni, nesses meses as temperaturas e o nível do rio aumentam e ficam mais favoráveis aos banhos, além de ser o momento em que é possível contemplar mais facilmente a diversidade de espécies de animais.

“Outro ponto de grande interesse nesse período é o grande volume da própria cachoeira. Após a ocorrência de chuvas fortes na região de cabeceiras e com a quantidade maior de água, gera-se uma forte brisa com aparência de fumaça, cobrindo grande parte da sede. Com isso, o visitante pode conferir pessoalmente a origem do nome dessa exuberante formação geomorfológica”, diz Leoni.