Dia Nacional da Mata Atlântica: um convite para refletir sobre a situação das águas no bioma brasileiro

Pesquisa realizada pela SOS Mata Atlântica revela que menos da metade da população do país têm acesso aos serviços básicos relacionados à água

27/05/2022

Parque Estadual do Desengano(RJ). Foto: Renato Oliveira/CC BY-NC-ND 2.0

A Carta de São Vicente foi redigida por Padre Anchieta em 27 de maio de 1560. No documento, o religioso descreve a biodiversidade das florestas tropicais por onde esteve durante sua passagem pelas Américas. Todos os anos, na mesma data, celebra-se o Dia Nacional da Mata Atlântica.

Segunda maior floresta tropical do Brasil, a Mata Atlântica abriga uma das maiores biodiversidades do planeta, com mais de duas mil espécies de animais e vinte mil de vegetais.

Presentes desde o início da colonização do Brasil, atividades exploratórias e altos níveis de desmatamento ocasionaram a perda de grande parte da cobertura verde original e o aumento do risco de extinção de diversas espécies que só existem no bioma. Atualmente, restam apenas 12,4% de Mata Atlântica preservada ao longo dos 17 estados brasileiros em que a floresta está presente.

Em decorrência desse cenário, o Dia Nacional da Mata Atlântica pode ser uma oportunidade de lançar luz para a importância da preservação dos seus recursos naturais. Por isso, neste ano buscamos refletir sobre os danos causados pela poluição das águas nas áreas abrangidas pelo bioma.

Dados de uma pesquisa realizada pela SOS Mata Atlântica revelam que o Brasil ainda está distante de atingir o ideal de água para todos, com apenas 7% dos rios da Mata Atlântica apresentando amostras de boa qualidade. Ainda de acordo com o levantamento, menos da metade da população brasileira tem acesso aos serviços fundamentais que envolvem recursos hídricos.

Ambos os fatores denunciam um ambiente prejudicial e desfavorável aos mais pobres, que são privados da oportunidade de usufruir de água potável segura, esgotamento sanitário, manejo de resíduos e manejo das águas da chuva.

Segundo o estudo, para aumentar a disponibilidade do recurso e melhorar as condições de vida da população mais vulnerável são necessárias políticas públicas mais efetivas relacionadas ao reflorestamento, à conservação das áreas de proteção permanente e à restrição do uso de agrotóxicos. 

“O acesso à Água Limpa deve ser um direito fundamental de brasileiros e brasileiras. O alcance desta meta será resultado de um processo de longo prazo de políticas públicas consistentes e de projetos de saneamento e conservação das bacias hidrográficas do país”, afirma o material da SOS Mata Atlântica.

Membros da sociedade civil podem colaborar participando de programas de voluntariado em unidades de conservação da Mata Atlântica. O ICMBio oferece opções de programas em diversas áreas verdes, como o Parque Nacional da Tijuca, no Rio de Janeiro. Para participar, basta se inscrever pelo site oficial.

O envolvimento direto faz com que a população se reconheça como parte do movimento pela conservação. Quanto mais áreas recuperadas, maior será a disponibilidade de recursos naturais, como a água, essenciais para a manutenção da vida e a redução de desigualdades.

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