Doses diárias de natureza fazem a diferença para o presente e o futuro das crianças

Dedicar pelo menos uma hora por dia de brincadeiras em áreas verdes favorece o desenvolvimento integral da criança. Leia mais!

04/06/2021

Foto: Floresta Nacional da Tijuca (RJ) / Programa Criança e Natureza.

Em um mundo cada vez mais urbanizado e hiperconectado, os momentos das crianças em meio à natureza tornaram-se cada vez mais escassos. Essa ausência de contato com as áreas verdes já se tornou um problema de saúde pública, e tem sido denominado por especialistas como “Transtorno de Déficit de Natureza”.

Quando faltam oportunidades de convívio e brincadeiras em ambientes naturais, aumentam as chances de uma infância mais sedentária. É isso que mostram diversos estudos sobre a situação das crianças no Brasil e no mundo. No último Relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS), por exemplo, foi constatado que 78% das crianças brasileiras não fazem o mínimo de movimento recomendado, que considera pelo menos uma hora de atividades diárias.

Para muitos especialistas da infância, isso se deve principalmente aos estilos de vida atuais em que as crianças passam grande parte do tempo confinadas em ambientes fechados, muitas vezes na frente das telas de computadores, celulares e outros dispositivos eletrônicos por horas a fio. Efeito disso é que problemas antes mais comuns durante a fase adulta surgem ainda na infância, como problemas cardiovasculares, diabetes, entre outros.

Em contrapartida, brincar ao ar livre, especialmente entre áreas verdes, traz inúmeros benefícios para o desenvolvimento infantil. De acordo com o Manual de Orientação: Benefícios da Natureza no Desenvolvimento de Crianças e Adolescentes, produzido pela Sociedade Brasileira de Pediatria com o apoio do programa Criança e Natureza, dedicar pelo menos uma hora diária de brincadeiras em ambientes naturais, como os parques, proporciona bem-estar físico e mental às crianças, ajuda a equilibrar os níveis de vitamina D, favorece o desenvolvimento neuropsicomotor e ainda auxilia no controle de doenças crônicas, como asma, obesidade, entre outras.

Sem contar que os sentidos e a criatividade são estimulados de outras formas quando a criança está em convívio com a natureza. Em edição especial do SemeiaLive, a coordenadora do programa Criança e Natureza, Laís Fleury, explica que os parques são espaços amigáveis à família, e principalmente às crianças, na medida em que proporcionam descobertas de brincadeiras com outros elementos, despertam o senso de aventura e também de cuidado sobre o meio ambiente, inspirando ações mais empáticas, sustentáveis e comprometidas com a conservação da natureza na fase adulta.

“Na área da conservação, a gente acha que essa conexão entre a criança e a natureza é não só essencial para o desenvolvimento integral dela, como as pesquisas têm nos dito cada vez mais, mas também como esse vínculo que a criança estabelece com a natureza é importante para que ele se desabroche de uma forma que ela [a criança] vai tomando atitudes e vai tendo hábitos cada vez mais alinhados com o bem-estar do planeta”, defende a especialista.

Que tal proporcionar às crianças essa dose de natureza ainda hoje?

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