Parques e concessões: um olhar sobre a evolução desta política pública e as oportunidades para fortalecer o turismo sustentável e a conservação da natureza

O Semeia reuniu dados de uma pesquisa realizada com gestores públicos e privados e apresentou uma série de recomendações para aprimorar essa modalidade de parceria

23/09/2025

A concessão de serviços em Unidades de Conservação tem se consolidado como uma das ferramentas que busca ampliar a visitação, garantir infraestrutura de qualidade e promover o turismo sustentável com desenvolvimento local. No entanto, a gestão desses contratos ainda envolve aprendizados, ajustes e troca de experiências entre diferentes atores.

Recentemente, o Instituto Semeia, com sua experiência de quase 15 anos na atuação com projetos de parceria público-privadas em parques, reuniu dados de uma pesquisa realizada com gestores públicos e privados e apresentou uma série de recomendações para aprimorar essa modalidade de parceria. Desta forma, o Diagnóstico da Gestão em Parques com Concessão: dados e percepções sobre desempenho, desafios e boas práticas nos contratos explora o cenário atual das concessões em parques, revelando os avanços alcançados e os desafios a serem superados

Por que este estudo é importante?

O levantamento oferece uma visão abrangente sobre como as concessões estão evoluindo no Brasil e ajuda a consolidar um aprendizado coletivo. Para gestores públicos, operadores privados e organizações da sociedade civil, o diagnóstico é uma oportunidade de identificar caminhos para uma gestão mais eficaz, colaborativa e sustentável.

“Que este material inspire gestores públicos, concessionárias, organizações da sociedade civil e cidadãos a seguirem avançando juntos, com diálogo e responsabilidade, rumo a um Brasil onde todas e todos possam conhecer e se orgulhar de seus parques”, afirma Stefanie Saturnino, analista de estruturação e gestão de parcerias em parques do Semeia.

Caminhos para fortalecer as concessões em Parques no Brasil

O relatório dedica uma seção às recomendações para aprimorar o modelo de concessões no país, destacando oportunidades de avanço. Confira algumas das principais:

  • Transparência pública e divulgação de dados: Pensando em Gestão e Governança, o Semeia traz a sugestão da criação de plataformas digitais que disponibilizem informações atualizadas e acessíveis à sociedade, como relatórios com dados de visitação, novas intervenções, andamento das obras e ações futuras. Também é recomendado que os contratos de concessão estejam nas pautas dos conselhos consultivos dos parques, promovendo maior transparência.
  • Inclusão e comunicação eficiente: Já referente à Visitação e Uso Público, uma das recomendações que o estudo traz é diversificar os usos do parque com atrativos voltados para diferentes faixas etárias e perfis de visitantes e o fortalecimento do diálogo com a sociedade buscando levar esclarecimentos sobre as concessões, ampliar a percepção de valor do parque e estimular o envolvimento da comunidade.
  • Desenvolvimento do parque aliado ao desenvolvimento local: Acerca do Impacto Socioeconômico, o Semeia sugere que parcerias entre a concessionária e a comunidade local sejam promovidas, como compra de produtos locais, prestação de serviços e negócios dentro do parque para promover inclusão, fomentar a economia regional e consolidar os parques como vetores de desenvolvimento.
  • Educação ambiental: Em relação à Conservação da Natureza, o estudo recomenda às Concessionárias que haja investimento em recursos tecnológicos, garantia de acessibilidade nos centros de visitantes e desenvolvimento de ações lúdicas, divertidas e conteúdos digitais que despertem o interesse do público, promovendo a sensibilização e o engajamento dos visitantes com os valores naturais e culturais do entorno, além de ações de monitoramento dos impactos da visitação como uma boa prática.

Onde podemos chegar

O diagnóstico mostra que o Brasil já avançou de forma relevante na consolidação das concessões em parques, mas que ainda há espaço para amadurecer práticas de governança e cooperação.

“Os dados e percepções aqui reunidos demonstram que, apesar dos desafios, há um campo fértil para o aprimoramento contínuo dos contratos e para o fortalecimento das relações entre poderes públicos, concessionárias e sociedade civil. Mais do que modelos replicáveis, o que se busca é uma gestão viva, que reconheça a singularidade de cada território, respeite seus ecossistemas e valorize as pessoas que deles cuidam e usufruem”, conclui Stefanie.

A troca de informações, a análise crítica e a colaboração entre todos os envolvidos são fundamentais para fortalecer o turismo e a conservação nos parques brasileiros.

Acesse o diagnóstico completo aqui e contribua também para o debate sobre o futuro das concessões no Brasil.

Assine nossa newsletter e fique por dentro das novidades!

Rua Amauri, 255, 9º andar
Jardim Europa, São Paulo – SP
CEP: 01448-000
+55 11 5180.0260
© Instituto Semeia – Todos os direitos reservados – Site por NaçãoDesign, com referências ao projeto de Tati Valiengo e Tiago Solha Design Gráfico